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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Hepatite C: principal causa de transplante de fígado

A hepatite C é uma infecção provocada por um vírus que era conhecido, antes da década de 90, como vírus nãoA-nãoB. O vírus tem grande afinidade pelo fígado e atinge de 1% a 3% da população mundial. Estima-se que mais de 170 milhões de pessoas no mundo inteiro sejam portadoras crônicas do vírus da hepatite C.
Um dos principais problemas é que mais de 90% das pessoas contaminadas ainda não foram diagnosticadas e, além disso, a hepatite C é preocupante por ser crônica e, na maioria dos casos, pode evoluir, após 20 ou 30 anos, para cirrose ou câncer no fígado.
A hepatite C tem sido uma das principais doenças em que há indicação de transplante do fígado. Não há cura para a doença; porém, as pessoas contaminadas mantêm uma vida normal. Os estudos realizados trazem boas perspectivas e novas opções de tratamento.
Qual a causa da hepatite?
O termo hepatite significa inflamação no fígado. Na verdade, esta inflamação pode ser devido a uma variedade de doenças causadas por microrganismos infecciosos, como vírus, bactérias, fungos e outros agentes como álcool, medicamentos e doenças auto-imunes.
Quem já teve hepatite pode ter a doença pela segunda vez?
O fato de alguém dizer que já teve hepatite não esclarece a causa da doença ou como ela surgiu. Quando provocada por vírus específicos com afinidade pelo fígado, a hepatite é classificada por letras, designando os vírus A, B, C, D, E, G, GB e nãoA-nãoG.
Quem já teve hepatite A, pode ter hepatite B, ou quem teve hepatite C, pode ter hepatite D e, assim, consecutivamente. Uma vez que a pessoa adquire um desses vírus, não corre o risco de adoecer novamente pelo mesmo. Porém, deve ser observada a possibilidade da doença ficar crônica e durar a vida toda, sendo erroneamente interpretada como uma nova infecção.
Como o vírus da hepatite C é transmitido?
O contágio ocorre principalmente pelo sangue, por transfusões ou compartilhamento de seringas contaminadas. A maioria das pessoas que contraiu hepatite C por transfusão de sangue ou por um produto de sangue, foi contaminada antes de 1990, quando ainda não existia um teste específico para o diagnóstico a doença.
hepatite C é epidêmica entre usuários de drogas injetáveis que compartilham agulhas e seringas. Acredita-se na transmissão sexual do vírus, mas o risco é pequeno. Pessoas infectadas por hepatite C aguda ou que têm muitos parceiros sexuais têm maior risco.
A mãe contaminada pode passar o vírus para o filho, embora isso ocorra em menos de 5% dos casos. Em muitas pessoas, não há um fato relacionado diretamente à infecção.
Quais são os sintomas da hepatite C?
A maioria dos pacientes passa anos sem apresentar quaisquer sintomas, embora em mais de 80% dos casos a doença evolua para a forma crônica. Somente após 20 ou 30 anos de infecção aparecem os sinais da doença, relacionados principalmente com a hepatite crônica, cirrose ("cicatrização" após infecção crônica e danos ao fígado) ou o câncer de fígado. Alguns sintomas que podem estar presentes:
  • fadiga;
  • náuseas e dor abdominal;
  • perda do apetite;
  • icterícia (cor amarelada na parte branca dos olhos e na pele). Não é comum e pode aparecer principalmente durante a infecção aguda, ou seja, logo que a pessoa se contamina;
  • aumento do tamanho do fígado e do baço — durante a fase de cirrose ocorre uma diminuição do fígado;
  • ascite ou barriga d'água — quando há acúmulo de líquido na cavidade do abdômen. Acontece nos pacientes que têm cirrose;
  • ninhos de aranha (telangiectasias) — pequenas marcas avermelhadas que parecem uma aranha — encontradas principalmente no tórax, pescoço e braços;
  • varizes no esôfago e estômago — varizes que surgem nas veias do esôfago e do estômago como resultado da pressão aumentada pelo bloqueio do sangue no fígado (provocada pela cicatrização que ocorre com a cirrose). Quando as varizes se rompem, o paciente pode apresentar vômitos com sangue ou fezes enegrecidas por "sangue digerido".
Como é possível saber se uma pessoa tem o vírus da hepatite C?
Para saber se uma pessoa está ou não contaminada com o vírus da hepatite C é necessária uma realização de exames de sangue específicos que detectam o vírus ou anticorpos que o organismo produz contra eles.
Os anticorpos são detectados a partir de três meses depois do contágio. Todos os resultados dos exames são avaliados e explicados pelo médico. Exames positivos devem ser repetidos e confirmados com testes especiais.
Quem deve fazer o teste da hepatite C?
  • Usuários ou ex-usuários de drogas injetáveis. Pessoas que inalam cocaína também correm risco, por compartilhar o canudo pelo qual passa a droga;
  • pessoas que receberam transfusões de sangue, derivados de sangue ou transplantes de órgãos antes de 1992;
  • pessoas que fazem ou fizeram hemodiálise;
  • pessoas com múltiplos parceiros sexuais;
  • pessoas que se ferem com agulhas ou materiais perfurantes contaminados, como piercings, tatuagens ou agulhas de injeção;
  • pessoas com doenças do fígado durante investigação diagnóstica;
  • filhos de mães contaminadas com o vírus da hepatite C.
Existe tratamento disponível para hepatite C?
Sim. Nos últimos anos, têm-se estudado a doença e formas para controlá-la. Os principais medicamentos disponíveis são o interferon e a ribavirina, com maior eficácia quando usados simultaneamente. Se recomendados, devem ser mantidos por períodos prolongados.
Podem provocar efeitos colaterais, como gripe (cansaço, dor de cabeça, dor muscular, febre), depressão ou ansiedade, anemia e sintomas gastrintestinais.
Em muitos casos nos quais a doença está em fase avançada, pode ser necessário transplante de fígado. Mesmo após a retirada do fígado doente, o vírus pode provocar infecção no órgão transplantado, porque o vírus pode estar em outros órgãos. É preciso considerar que, apesar da doença poder voltar, grande parte dos pacientes transplantados tem boa evolução.
Como se pode evitar a infecção pelo vírus da hepatite C?
Ainda não há vacina para a prevenção contra o vírus da hepatite C. Deve-se evitar, principalmente, as formas de contato com sangue contaminado como:
  • não compartilhar seringas e agulhas com drogas injetáveis ou instrumentos (como canudos para aspirar cocaína);
  • usar instrumentos esterilizados para fazer tatuagens ou perfurações no corpo, como piercings;
  • usar camisinha nas relações sexuais.
Como parte da legislação atual, as transfusões e derivados de sangue são sempre testados.
O que deve ser feito pelas pessoas que sabem que estão contaminadas com o vírus da hepatite C?
A informação é a melhor arma contra qualquer doença. Deve-se procurar um médico para avaliar adequadamente a situação e solicitar exames específicos.
Como a hepatite C atinge principalmente o fígado, é importante evitar substâncias como as bebidas alcoólicas e doenças que também prejudicam o fígado. Para isso, é necessário tomar vacinas contra a hepatite A e hepatite B.
Pessoas que têm hepatite C devem saber que, mesmo sem sintomas, podem transmitir o vírus. Portanto, não compartilhar agulhas, lâminas de barbear, escovas de dente, navalhas, além de não doarem sangue, órgãos ou sêmen, são medidas de combate ao vírus da hepatite C.

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