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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Doação de órgãos: Em luta pela vida 

Portugal é um dos melhores países do mundo na área dos transplantes, facto que orgulha todos aqueles que se dedicam a esta actividade e que enche de esperança os inúmeros doentes à espera de um transplante. Este mês entramos na realidade de quem lida diariamente com a morte para poder dar vida.
Texto Vânia Machado
A doação de órgãos é uma forma peculiar de testemunho da caridade. Numa época como a nossa, com frequência marcada por diversas formas de egoísmo, torna-se cada vez mais urgente compreender quanto é determinante para uma correcta concepção da vida entrar na lógica da gratuidade. De facto, existe uma responsabilidade do amor e da caridade que compromete a fazer da própria vida uma doação aos outros, se quisermos verdadeiramente realizar-nos a nós próprios. Como nos ensinou o Senhor Jesus, só aquele que doa a própria vida a poderá salvar (cf. Lc 9,24).
Bento XVI, Novembro 2008
 O ano de 2008 registou um aumento significativo de dadores cadáver detectados nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Este aumento traduziu-se em 283 colheitas de órgãos, um aumento de 12,5 por cento em relação ao ano anterior. Portugal passou de uma taxa de 23,9 para 26,7 dadores por milhão de habitantes. Estes números irão fazer com que Portugal suba ainda mais no global da Europa, onde ocupava em 2007 o quarto lugar. Maria João Aguiar, coordenadora nacional das Unidades de Colheita de Órgãos, Tecidos e Células deseja alcançar no próximo ano os 30 dadores por milhão de habitante. Para tal é necessário aperfeiçoar a rede nacional de colheita. Criada em Maio de 2008, esta rede está agora no terreno e há que esperar os resultados. “A rede [que existia] não era tentacular, era regional. Desta fizemos sair tentáculos para todos os hospitais onde há cuidados intensivos e onde há possibilidade de haver um potencial dador e neste momento temos um médico, que é o coordenador hospitalar de doação, em todos os hospitais onde há hipótese de haver uma pessoa que entra em morte cerebral e que tem como funções a detecção de potenciais dadores. Acredito que vamos ver os resultados deste trabalho com mais dadores detectados, mais órgãos recolhidos, mais órgãos transplantados, mais vidas salvas”.
Porém, o grande problema é que o número de pessoas que esperam por um órgão é em todo o mundo superior à oferta existente. “Num estudo de 2007 sabia-se que morriam dez europeus por dia em lista de espera para um transplante”, explica Maria João Aguiar.
De notar que nem todas as pessoas que morrem podem ser dadores, mas sim apenas uma percentagem muito pequena. As pessoas viveram toda uma vida, foram sujeitas a agressões e têm alterações nos seus órgãos incompatíveis com a sua transplantação.
Consciencialização social
Aperfeiçoada e agilizada a rede nacional de colheita há que lidar com outro problema que diz respeito a cada um de nós e à responsabilidade que temos como membros da sociedade. Por lidar com algo difícil como é a morte, este é um assunto ao qual fugimos e tendemos a fazer de conta que não nos diz respeito. Este sentimento é profundamente erróneo, dado que de um momento para o outro a realidade da doação de órgãos nos pode bater à porta da forma mais inesperada possível. Podemos perder um ente querido e este ser um potencial dador e ajudar alguém a sobreviver ou, por outro lado, podemos ser nós próprios a precisar de um transplante. A imprevisibilidade da vida obriga-nos a ser cidadãos informados e solidários.
A lei portuguesa, no que concerne à doação de órgãos, pressupõe que todos somos dadores e que quem não o quiser ser se deverá inscrever no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA), disponível em todos os centros de saúde. Actualmente somente 0,3 por cento da população portuguesa está inscrita no RENNDA. “Eu acho que a sociedade portuguesa é solidária e percebe que a doação de órgãos é um gesto de amor. As pessoas que optam por não ser dadores não perdem o direito a ser transplantadas. Há uma certa magnanimidade nesta lei. Ela diz que se você não quiser ser solidário não seja, mas mesmo assim se precisar de um órgão nos vamos dar-lhe. Eu acho que é pela positiva que se educa e esta lei é pela positiva. Eu penso que só a desinformação e a falta de as pessoas pensarem noutras coisas que vão além do seu dia-a-dia é que podem levar a que existam fantasmas no que concerne a este assunto”, afirma a coordenadora nacional das Unidades de Colheita de Órgãos, Tecidos e Células.
Consentimento presumido
Apesar de a lei permitir que a vontade seja expressa, é importante que este assunto seja abordado em vida com os nossos familiares, retirando-lhes o peso que podem vir a sentir na hora da morte por nunca terem falado sobre o assunto. Quando uma pessoa entra em morte cerebral as equipas hospitalares competentes para o efeito abordam as famílias e explicam-lhes o que se está a passar. “Primeiro é fundamental que as pessoas entendam o que é a morte cerebral, depois dizemos às famílias que consultámos o RENNDA e que o seu familiar não está inscrito e que, portanto, é um potencial dador e que vamos proceder à colheita de órgãos”, explica. A lei vigente atesta assim o consentimento presumido por se acreditar que, dada a nossa tradição moral e social, o normal é que sejamos dadores. Maria João Aguiar explicou à FAMÍLIA CRISTÃ que cada vez menos famílias se opõem à colheita de órgãos e que as pessoas de uma forma geral estão informadas e percebem que esta é uma atitude nobre quer para quem partiu, quer para os que assistem a essa doação. Do seu contacto com as famílias em luto,
Maria João Aguiar acredita que a doação as ajuda a encarar o luto e a aceitar a morte de outra maneira ao pensar que naquele mesmo dia há alguém que vai viver graças aos órgãos do seu familiar. “Temos que ver que o destino dos órgãos são dois: decomposição, que não tem nada de nobre na minha opinião, e outra coisa que é viver noutras pessoas, dar a outros, através de uma parte de uma pessoa que nos é querida, a hipótese de continuar a viver. E portanto eu sinto profundamente que ajuda muito as famílias em luto perceberem que, por exemplo num caso de um jovem, que esteve cá tão pouco tempo e não deixou filhos, deixou só recordações a si próprios, vai ser recordado através das pessoas que tem o usufruto dos seus órgãos. Eu acho que se as pessoas pensarem nisto têm algum significado para as mortes que são sempre estúpidas”.
A experiência recente tem revelado que a sociedade acredita nos benefícios da doação, consideram-na um acto de amor e que o praticam, também porque acreditam que todo o processo é feito com transparência, equidade e justiça social. A este propósito a Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação (ASST) está já a construir um registo que irá permitir aos utentes consultar o seu lugar na lista de espera.
Em Novembro do ano passado, no seu discurso no Congresso Internacional promovido pela Pontifícia Academia para a Vida sobre o tema da doação de órgãos, o Papa Bento XVI defendia também que “o acto de amor que é expresso com a doação dos próprios órgãos vitais permanece como um testemunho genuíno de caridade que sabe olhar além da morte para que vença sempre a vida. Do valor deste gesto deveria estar bem consciente quem o recebe; ele é destinatário de um dom que vai além do benefício terapêutico. O que recebe, de facto, ainda antes de ser um órgão é um testemunho de amor que deve suscitar uma resposta de igual modo generosa, a fim de incrementar a cultura da doação e da gratuidade”.
Transformar a morte em vida
Lidar diariamente com esta realidade é difícil, mas é o preço a pagar por quem se dedica a transformar a morte em vida. Abordar as famílias em luto não é fácil e os técnicos partilham a sua dor. “Nunca se endurece nesta abordagem. Não há maneiras, não há carapaças para chegarmos a uma família em luto e dizer que estamos ali para colher os órgãos. Todos sofremos e choramos com as famílias, mas depois também temos a recompensa de ver “renascer” os doentes transplantados”, desabafa Maria João Aguiar. A enfermeira Ana Paiva, também ela transplantada [ver caixa] confessou-nos que jamais se poderá esquecer das palavras de um doente que aguardava um transplante cardíaco e que lhe disse: ““Hoje está a chover, pode ser que tenha a sorte de ocorrerem muitos acidentes e alguém morra e eu possa sobreviver”. Como profissional é duro ouvir estas palavras”. Para quem acompanha esta realidade de perto a alegria de uns traduz sempre a profunda tristeza de outros.
Doação em vida
Sendo certo que morte e a perda serão sempre sinónimo de dor e sofrimento, há que fazer um esforço para desmistificar ao máximo as questões, limar as arestas na medida do possível e isso só se consegue falando em família sobre o assunto, discutir posições e opiniões para que todos estejamos verdadeiramente informados sobre o benefício e a importância da doação de órgãos.
A doação em vida é também uma realidade possível e que existe cada vez mais, tendo registado no ano passado um aumento de quase 40 por cento. Se temos um familiar ou amigo que precisa de um órgão para viver ou melhorar a sua qualidade de vida e nós temos dois e podemos dispor de um, porque não? “Não podemos ou não devemos virar costas ao sofrimento daqueles que nos são próximos e a quem nós podemos ajudar. Uma das opções será ser dador. Podemos fazê-lo pelos nossos familiares ou amigos sem prejuízo nenhum para a nossa saúde”, afirma Maria João Aguiar. É importante que as pessoas decidam em total liberdade se querem ou não sê-lo, mas igualmente importante é saber que há estudos que comprovam que no seguimento da doação não há problemas para a saúde do dador e que, por serem mais seguidas, vivem até mais anos do que os não dadores.
A doação em vida acarreta ainda outras preocupações de forma a prevenir todas as técnicas ilícitas associadas a esta prática, e totalmente condenadas pela comunidade transplantadora.
Perante uma pessoa que quer doar em vida o seu órgão há uma série de passos a seguir para assegurar que está informada, que não está a ser coagida de alguma forma e que o faz apenas pelo bem e não irá receber nenhuma remuneração. A nova lei (Lei n.º 22/2007, de 29 de Junho) permite que qualquer pessoa, como cônjuges ou amigos, seja dador de órgãos em vida, independentemente de haver relação de consanguinidade. A doação em vida de rins é a mais comum.


A VIDA DEPOIS DO TRANSPLANTE

Ana Paiva, insuficiente renal crónica, 48 anos, transplantada em 2008
“Estive em lista de espera pela primeira vez dois anos e pela segunda cerca de nove meses.
Em Novembro de 2006 fui convocada para transplante renal nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), mas vi-me recusada em virtude da detecção de uma imagem pulmonar suspeita de tuberculose pulmonar. O sentimento que nos percorre e acompanha quando estamos a um passo de ser transplantados é de revolta. Tornam a fazer-se as mesmas perguntas que se fizeram quando da entrada em diálise. Porquê a mim? Será que não tenho sorte nenhuma? Será que Deus se esqueceu de mim?
Em Setembro de 2008 fui contactada pelo HUC, pois havia um órgão compatível. O sentimento que me percorreu quando recebi aquela belíssima notícia, ainda hoje, não sei como descrevê-lo. A minha vida após transplante, e decorreram apenas cinco meses e meio, é agora completamente diferente: é como se tivesse RENASCIDO!
O facto de me “livrar da máquina”, a sensação de liberdade que experimentei, que poderei fazer algumas coisas que pensava já não poder concretizar, constitui um sentimento de nos tornarmos a sentir gente”.

Catarina Aguiar, 24 anos, transplante hepático aos 14 anos
“Foi-me detectado um problema de fígado às 24 horas de vida. Desde cedo soube que teria de ser submetida a um transplante hepático. Em Coimbra, consultámos o Prof. Dr. Linhares Furtado, que nos informou que já se realizavam transplantes pediátricos em Portugal, com taxas semelhantes às internacionais, e que o meu caso era ‘simples’. Estive seis meses em lista de espera, até ter sido chamada pela primeira vez, mas o fígado que iria receber tinha um problema e acabei por não ser. Fui novamente chamada em Novembro de 1999 para ser efectivamente transplantada. Uma das coisas que mais me alegra é pensar que se sobrevivi a um transplante, então vou sobreviver a tudo. Os transplantes podem aparecer na nossa vida quando menos se espera. Seja porque alguém teve um acidente, seja porque nasceu com uma doença e que terá inevitavelmente fazer um. Pode acontecer a todos e acho que é isso que as pessoas não pensam.
A quem possa estar a passar pelo mesmo que eu já passei gostaria de dizer que tenham esperança e que nunca desistam. Pensem que se este desafio lhes foi posto a eles é porque conseguem ultrapassá-lo! Têm que ter força e não desanimar”.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sobre a Doação de Órgãos e Tecidos





Sobre a Doação de Órgãos e Tecidos
Como posso ser doador?
Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo de doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.
Que tipos de doador existem?
Doador vivo: qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Para lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial.
Doador cadáver: são pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia.
Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.
Para quem vão os órgãos?
Os órgãos doados vão para os pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.
Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?
O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. A morte encefálica será caracterizada através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias. Os exames devem ser realizados por pelo menos 2 médicos diferentes, que não poderão ser integrantes da equipe de remoção e transplante.
Após a doação o corpo fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Doação de Órgãos para Transplante
(Jorge Hessel)
A temática “doação de órgãos e transplantes” é bastante coetânea no cenário terreno. Sobre o assunto as informações instrutivas dos Benfeitores espirituais não são abundantes. O projeto genoma, as investigações sobre células-tronco embrionárias e outras sinalizam o alcance da ciência humana. Os transplantes, em épocas recuadas repletas de casos de rejeição, tornaram-se práticas hodiernas de recomposição orgânica.
Alguns espíritas recusam-se a autorizar, em vida, a doação de seus próprios órgãos após a desencarnação, alegando que Chico Xavier não era favorável aos transplantes.
Isso não é verdade! Mister esclarecer que Chico Xavier quando afirmou a minha mediunidade, a minha vida, dediquei à minha família, aos meus amigos, ao povo. A minha morte é minha. Eu tenho este direito. Ninguém pode mexer em meu corpo; ele deve ir para a mãe Terra..., fê-lo porque quando ainda encarnado Chico recebeu várias propostas inoportunas para que seu cérebro fosse estudado após sua desencarnação. Daí o compreensível receio de que seu corpo fosse profanado nesse sentido.

Para a maioria das pessoas, a questão da doação é tão remota e distante quanto a morte. Mas para quem está esperando um órgão para transplante, ela significa a única possibilidade de vida!” Joanna de Ângelis, sabendo dessa importância, ressalta: (...) Verdadeira bênção, o transplante de órgãos concede oportunidade de prosseguimento da existência física, na condição de moratória, através da qual o Espírito continua o périplo orgânico.

Em entrevista à TV Tupi em agosto de 1964, Francisco Cândido Xavier comenta que o transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios, é um problema da Ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante. Os Espíritos, segundo Chico Xavier – não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais.

Pois é muito natural que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito. A doação de órgãos para transplantes é perfeitamente legítima.

Divaldo Franco certifica: Se a misericórdia divina nos confere uma organização física sadia, é justo e válido, depois de nos havermos utilizado desse patrimônio, oferecê-lo, graças as conquistas valiosas da ciência e da tecnologia, aos que vieram em carência a fim de continuarem a jornada.

Quando se pode precisar que uma pessoa esteja realmente morta? Conforme a American Society of Neuroradiology, morte encefálica é o estado irreversível de cessação de todo o encéfalo e funções neurais, resultante de edema e maciça destruição dos tecidos encefálicos ape-sar da atividade cardiopulmonar poder ser mantida por avançados sistemas de suporte vital e mecanismo e ventilação.

A grande celeuma do assunto é a (...) morte encefálica, na vigência da qual órgãos ou partes do corpo humano são removidos para utilização imediata em enfermos deles necessitados. Seria a eutanásia?

Evidentemente que caracterizar o fato como tal carece de argumentação científica (...) para condenarem o transplante de órgãos: a eutanásia de modo algum se encaixaria nesses casos de morte encefálica comprovada.

A Medicina, no mundo todo, tem como certeza que a morte encefálica, que inclui a morte do tronco cerebral só terá constatação através de dois exames neurológicos, com intervalo de seis horas, e recursos imunológicos, em futuro próximo, naturalmente, vão suster ou coibir.

André Luiz explica que quando a célula é retirada da sua estrutura formadora, no corpo humano, indo laboratorialmente para outro ambiente energético, ela perde o comando mental que a orientava e passa, dessa forma, a individualizar-se; ao ser implantada em outro organismo (por transplante, por exemplo), tenderá a adaptar-se ao novo comando (espiritual) que a revitalizará
e a seguir coordenará sua trajetória.

Em síntese a doação de órgãos para transplantes não afetará o Espírito do doador, exceto se acreditarmos ser injusta a Lei de Deus e estarmos no Orbe à deriva da Sua Vontade. Lembremos que nos Estatutos do Pai não há espaço para a injustiça, e o transplante de órgãos (façanha da ciência humana) é valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício da amor.
Você já deve ter ouvido falar em doações de orgãos, mas provávelmente não sabe realmente de como se procede a doação. A doação de um orgão pode salvar uma vida. Através do transplante de figado, rins, coração e outros orgãos, muitas pessoas têm conseguido sobreviver dignamente e obter melhores condições de vida. Para entendermos isso é necessário esclarecer alguns pontos:
1- O que é um transplante?
Um transplante, é simplesmente a transfefência de célula, tecidos ou orgãos vivos de uma pessoa para outra; com a finalidade de estabelecer uma função perdida no corpo do receptor do orgão. Para efectua-lo é necessário encontrar um doador compátivel e efetuar outros procedimentos médicos
importantes para evitar que o receptor do orgão tenha uma rejeição.

2- Quem pode ser doador?
No caso de transplantes de rins, medula óssea, fígado e tecido pulmonar pode ser um doador vivo. No caso de outros orgão vitais, obviamente que tem de ser de uma pessoa falecida mas com condições já pré-estabelecidas
para a doação dos orgãos; pois há uma série de procedimentos que devem ser seguidos para a conservação e retirada dos orgãos em tempo hábil.
O nascimento é a celebração maior da vida, quando uma nova pessoa surge e traz felicidade para todos. Mas existe outro momento que enche de alegria os corações de muitos: é o nascer de novo. A oportunidade de recomeçar a vida, quando as esperanças já são poucas, é o maior presente que alguém pode receber. E existem pessoas que precisam muito deste presente. Por isso, precisamos nos conscientizar sobre a importância de ser um doador de órgãos.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Doar órgãos é doar vida


No último dia 22 publicamos um post sob o título “Messias Santos”. Recebemos um comentário do Ministério da Saúde, que, pela importância do tema, reproduzimos abaixo:
Olá blogueiro,
É muito importante incentivar a doação de órgãos e conscientizar as pessoas sobre a importância deste gesto de solidariedade.
Para ser doador de órgãos não é preciso deixar nada por escrito. O passo principal é avisar a família sobre a vontade de doar. Os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. Divulgue a ideia e salve vidas!

Doação de órgãos e tecidos é a remoção de órgãos e tecidos do corpo de uma pessoa que recentemente morreu (doador cadáver) ou de um doador voluntário (doador vivo), com o propósito de transplantá-lo ou fazer um enxerto em outras pessoas vivas. Os órgãos e tecidos são removidos com procedimentos similares a uma cirurgia, e todas as incisões (cortes) são fechadas após a conclusão da cirurgia. Estes procedimentos são realizados para que a pessoa em seu funeral não seja reconhecida como uma doadora por apresentar deformações e cortes visíveis. Pessoas de todas as idades podem ser doadores de órgãos e tecidos.
A idade do doador é menos importante do que o estado do órgão a ser doado; no entanto é raro ser usados órgãos de pessoas com mais de 70 anos de idade.
No mundo inteiro há uma grande falta de doadores e isso faz com que surja grandes listas de espera. Muitos pacientes que esperam um coração, um fígado ou um pulmão morrem, pois não há nenhum órgão à disposição.
Doação de órgãos no Brasil cai e vai na contramão de vizinhos
Da redação, em São Paulo
Enquanto quase todos os países da América Latina registram aumento do porcentual da população doadora de órgãos e tecidos, o Brasil vem sofrendo quedas progressivas já há três anos. Segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o País teve no primeiro semestre de 2007 uma média de doadores de 5,4 por milhão da população, menos do que o apontado no período em 2004 (7,6), 2005 (6,4) e 2006 (5,8), mas seguindo a tendência de redução.

No mesmo período, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Uruguai saltou de 19,2 para 25,2 doadores por milhão, por exemplo, enquanto a Argentina, embora ainda com números mais modestos, atingiu índice de 11,9.

Para reverter o quadro, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), órgão ligado ao Ministério da Saúde responsável pela política de doação e transplante no país, anunciou no último mês que vai apostar na criação de equipes especiais treinadas para fazer a busca ativa por órgãos. Na prática, isso significa instalar nos hospitais um grupo especializado para identificar potenciais doadores, fazer o diagnóstico de morte cerebral, conseguir autorização dos familiares para a doação, retirar os órgãos e conservá-los para a realização dos transplantes.

O modelo fez da Espanha o país com os melhores índices mundiais na captação de transplantes de órgãos e é apontado como o responsável pelo avanço nos números dos países latino-americanos.

"A única coisa que faltava no Brasil era essa busca ativa com equipes mais bem qualificadas. Esse é o trabalho que estamos realizando", afirma o coordenador do SNT, Abrahão Salomão Filho, que faz questão de ressaltar que, apesar da redução, o país é um dos três maiores do mundo em números absolutos de transplantes realizados.

Embora em vários Estados e hospitais já fossem realizadas essas buscas ativas, o trabalho nem sempre era feito com qualidade. "Na Bahia, por exemplo, era uma catástrofe. Em Santa Catarina temos índices ótimos, pois se investiu nisso. Não há razão para não dar certo", completa Salomão Filho.

Dificuldades médicas
Para o presidente da ONG Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote), Francisco Neto de Assis, a maior dificuldade para a reversão do quadro de queda nas doações está justamente na conscientização e capacitação da classe médica. "Muito hospital tem grupo de busca de órgão, mas é só formalidade, não funciona na prática. Os médicos não são pagos para fazer isso e por vezes nem sabem como fazer essa abordagem da família para conseguir autorização", afirma Assis.

A falta desse trabalho faz com que 50% do órgãos que poderiam ser aproveitados para doação sejam perdidos, uma parte devido à não autorização da doação por parte das famílias. "Mas, ao menos, não vem aumentando essa rejeição",
Sobre a Doação de Órgãos e Tecidos
Como posso ser doador?
Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo de doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.
Que tipos de doador existem?
Doador vivo: qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Para lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial.
Doador cadáver: são pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia.
Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.
Para quem vão os órgãos?
Os órgãos doados vão para os pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.
Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?
Não existe dúvida quanto ao diagnóstico.
O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar.
Doar órgãos é um ato de amor e solidariedade.
Quando um transplante é bem sucedido, uma vida é salva e com ele resgate-se também a saúde física e psicológica de toda a família envolvida com o paciente transplantado. No Brasil, atingimos a marca de aproximadamente 70.000 pessoas (2007) aguardando por um transplante. Essas vidas dependem da autorização da família do paciente com morte encefálica comprovada autorizar a doação. Um gesto que pode transformar a dor da morte em continuidade da vida.
Em 2009 o Brasil comemorou o aumento significativo de doações. Em junho deste ano o país alcançou a meta para o ano de 8,6 doadores por milhão de população (pmp). Em 6 Estados Basileiros (2 do Sudeste, 2 do Sul, 1 do Nordeste e 1 do Norte) os números ultrapassaram a 10 doadores pmp.
Em países como a Espanha, essa relação chega a 35 pmp. A Argentina registra o número de 12 pmp.
Assim como a GABRIEL muitas outras ONGs espalhadas pelo território nacional se propõem a incentivar a doação e levar a informação correta à população sobre Transplantes de Órgãos e Tecidos.
Através da informação poderemos alterar esses dados. Quanto mais a população se conscientizar da importância de se tornar um doador, menor será a angustiante fila de espera por órgãos.
Dentro desse universo existe uma outra realidade que é a do transplante pediátrico. Se para o adulto a espera por um doador é difícil, imaginem quando o paciente é uma criança. O número de doadores em potencial reduz significativamente as chances da efetivação do transplante.
Existem hoje no Brasil, diversas Associações Médicas, ONGs e movimentos independentes que trabalham incansavelmente para melhorar esse panorama.