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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Como é feita a doação de medula óssea?

Após a confirmação da compatibilidade entre o doador e receptor e  confirmada a decisão sobre a doação , o resultado é encaminhado ao centro transplantador , e é lançada a possível data do transplante. Confirmada a data, o centro que coletará a medula do doador desencadeará a realização dos exames clínicos, laboratoriais e de imagens do doador, ou seja, a realização do work up do doador.
O potencial doador deve ser avaliado com exame físico e testes laboratorias, a fim de garantir a segurança do receptor, evitando transmissão de doenças, bem como a segurança do próprio doador.
Essa avaliação deve considerar idade, sexo, doenças crônicas, avaliação das funções hepáticas e renal, tipagem ABO e HLA, sorologias, vacinações recentes, teste de gravidez, radiografia de tórax, eletrocardiograma e avaliação psiquiátrica.
Existem duas formas de doar as células progenitoras ou células-mãe da medula óssea. Uma relacionada à coleta das células diretamente de dentro da medula óssea (nos ossos da bacia)  e a outra por filtração de células-mãe que passam pelas veias (aférese).

1) A coleta direta da medula óssea é realizada com agulha especial e seringa na região da bacia . Retira-se uma quantidade de medula (tutano do osso) equivalente à uma bolsa de sangue. Para que o doador não sinta dor, é realizada anestesia e o procedimento dura em média 60 minutos. A sensação do doador é de média intensidade e permanece em média por uma semana (2 a 14 dias), semelhante a uma queda  ou uma injeção oleosa. Não fica cicatriz, apenas a marca de 3 a 5 furos de agulhas. É importante destacar que não é uma cirurgia, ou seja, não há corte, nem pontos. O doador fica em observação por um dia e pode retornar para sua casa no dia seguinte.
Coleta do osso da bacia

2) A coleta pela veia é realizada pela máquina de aférese. O doador recebe um medicamento por 5 dias que estimula a multiplicação das células- mãe. Essas células migram da medula para as veias e são filtradas. O processo de filtração dura em média 4 horas, até que se obtenha o número adequado de células. O efeito colateral mais frequente deste procedimento é devido ao uso do medicamento ,que em alguns doadores pode dar  dor no corpo, como uma gripe.

Coleta das células progenitoras estimuladas pela máquina de aférese

É necessária a avaliação pela enfermagem do acesso venoso periférico do doador.
Os riscos para o doador são praticamente inexistentes. Até hoje não há nenhum relato de nenhum acidente grave devido a esse procedimento. No caso da punção diretamente dos ossos da bacia, os doadores de medula óssea costumam relatar um pouco de dor no local da punção.
O médico vai informar sobre qual a melhor forma de coleta de células. Dependendo da doença e da fase em que se encontra, o paciente pode se beneficiar mais com uma forma de doação.
O transplante só será realizado quando o paciente estiver pronto para recebê-lo, esta resolução cabe ao médico que está acompanhando o paciente.

O doador por possuir uma medula sadia e bom estado de saúde, reconstituirá o que doou rapidamente e poderá voltar às atividades normais. Em casos especiais e raros, como compatibilidade com outra pessoa, o doador poderá doar novamente a medula óssea.

Doação de Orgãos e Tecidos

Sobre a Doação de Órgãos e Tecidos
Como posso ser doador?
Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo de doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.
Que tipos de doador existem?
Doador vivo: qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Para lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial.
Doador cadáver: são pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia.
Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.
Para quem vão os órgãos?
Os órgãos doados vão para os pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.
Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?
O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. A morte encefálica será caracterizada através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias. Os exames devem ser realizados por pelo menos 2 médicos diferentes, que não poderão ser integrantes da equipe de remoção e transplante.
Após a doação o corpo fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA!

CO Hemocentro da Paraíba tem aproximadamente 30 mil doadores de medula e nos últimos anos o número de doações vem aumentando. De acordo com Crisemy de Fátima Benício, coordenadora dos Laboratórios de Biologia Molecular e Paternidade, na Paraíba atualmente não se pode precisar o número exato de pessoas que estão na fila para receber uma médula, já que diariamente surgem novos casos.

“Por isso vale a pena ressaltarmos a importância de realizarmos campanhas, a fim de conscientizar a população do valor que é a doação voluntária de medula óssea” reforça a coordenadora. Ela explicou que o Hemocentro já realizou várias campanhas em parceria com diversas instituições, a exemplo da UFPB, Unipê, Unipb, Caixa Econômica Federal, Rotary e entidade religiosas, e a expectativa é de firmar novas parcerias.

Crisemy Benício afirma que tudo seria simples se não fosse a necessidade de encontrar uma médula compatível com a médula do receptor. A compatibilidade é uma herança genética. De acordo com ela, a chance de encontrar um médula compatível é em média de uma em 100.000 (Brasil), no ranking mundial é uma em 1.000.000.

O paciente tem chance de 25% de encontrar um doador compatível entre irmãos, mas a maior parte dos pacientes não encontra um doador compatível na família. Então, é necessário procurar um doador compatível inscrito no Registro Nacional de Doadores de Medula (Redome). “Portanto, é necessário um grande número de voluntários registrados no Redome, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar e daí a importância de nos tornamos um doador voluntário de medula óssea”, destacou. Solidariedade – A doação de médula óssea, segundo Crisemy Benício, é uma ação solidária e necessária a muitos pacientes que têm o transplante como a única chance de cura, por exemplo, as leucemias, aplasia de medula óssea e crianças com algumas doenças genéticas. É um procedimento seguro que não causa qualquer problema à saúde do doador.

As pessoas interessadas em se tornar doadoras voluntárias de medula óssea na Paraíba devem dirigir-se ao Hemocentro ou Hemonúcleo de sua cidade para se cadastrarem, tendo em mãos um documento de identidade com foto. E preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar boa saúde.

No local de cadastro, serão colhidos 5 ml de sangue, que será classificado por exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar características genéticas.

O resultado do exame os dados pessoais do voluntário serão incluídos no Redome. As informações genéticas do doador e dos pacientes serão cruzadas. Quando houver um paciente compatível, outros exames serão necessários. Caso a compatibilidade seja confirmada, o doador será consultado para confirmar que deseja fazer a doação.

Hepatite C: principal causa de transplante de fígado

A hepatite C é uma infecção provocada por um vírus que era conhecido, antes da década de 90, como vírus nãoA-nãoB. O vírus tem grande afinidade pelo fígado e atinge de 1% a 3% da população mundial. Estima-se que mais de 170 milhões de pessoas no mundo inteiro sejam portadoras crônicas do vírus da hepatite C.
Um dos principais problemas é que mais de 90% das pessoas contaminadas ainda não foram diagnosticadas e, além disso, a hepatite C é preocupante por ser crônica e, na maioria dos casos, pode evoluir, após 20 ou 30 anos, para cirrose ou câncer no fígado.
A hepatite C tem sido uma das principais doenças em que há indicação de transplante do fígado. Não há cura para a doença; porém, as pessoas contaminadas mantêm uma vida normal. Os estudos realizados trazem boas perspectivas e novas opções de tratamento.
Qual a causa da hepatite?
O termo hepatite significa inflamação no fígado. Na verdade, esta inflamação pode ser devido a uma variedade de doenças causadas por microrganismos infecciosos, como vírus, bactérias, fungos e outros agentes como álcool, medicamentos e doenças auto-imunes.
Quem já teve hepatite pode ter a doença pela segunda vez?
O fato de alguém dizer que já teve hepatite não esclarece a causa da doença ou como ela surgiu. Quando provocada por vírus específicos com afinidade pelo fígado, a hepatite é classificada por letras, designando os vírus A, B, C, D, E, G, GB e nãoA-nãoG.
Quem já teve hepatite A, pode ter hepatite B, ou quem teve hepatite C, pode ter hepatite D e, assim, consecutivamente. Uma vez que a pessoa adquire um desses vírus, não corre o risco de adoecer novamente pelo mesmo. Porém, deve ser observada a possibilidade da doença ficar crônica e durar a vida toda, sendo erroneamente interpretada como uma nova infecção.
Como o vírus da hepatite C é transmitido?
O contágio ocorre principalmente pelo sangue, por transfusões ou compartilhamento de seringas contaminadas. A maioria das pessoas que contraiu hepatite C por transfusão de sangue ou por um produto de sangue, foi contaminada antes de 1990, quando ainda não existia um teste específico para o diagnóstico a doença.
hepatite C é epidêmica entre usuários de drogas injetáveis que compartilham agulhas e seringas. Acredita-se na transmissão sexual do vírus, mas o risco é pequeno. Pessoas infectadas por hepatite C aguda ou que têm muitos parceiros sexuais têm maior risco.
A mãe contaminada pode passar o vírus para o filho, embora isso ocorra em menos de 5% dos casos. Em muitas pessoas, não há um fato relacionado diretamente à infecção.
Quais são os sintomas da hepatite C?
A maioria dos pacientes passa anos sem apresentar quaisquer sintomas, embora em mais de 80% dos casos a doença evolua para a forma crônica. Somente após 20 ou 30 anos de infecção aparecem os sinais da doença, relacionados principalmente com a hepatite crônica, cirrose ("cicatrização" após infecção crônica e danos ao fígado) ou o câncer de fígado. Alguns sintomas que podem estar presentes:
  • fadiga;
  • náuseas e dor abdominal;
  • perda do apetite;
  • icterícia (cor amarelada na parte branca dos olhos e na pele). Não é comum e pode aparecer principalmente durante a infecção aguda, ou seja, logo que a pessoa se contamina;
  • aumento do tamanho do fígado e do baço — durante a fase de cirrose ocorre uma diminuição do fígado;
  • ascite ou barriga d'água — quando há acúmulo de líquido na cavidade do abdômen. Acontece nos pacientes que têm cirrose;
  • ninhos de aranha (telangiectasias) — pequenas marcas avermelhadas que parecem uma aranha — encontradas principalmente no tórax, pescoço e braços;
  • varizes no esôfago e estômago — varizes que surgem nas veias do esôfago e do estômago como resultado da pressão aumentada pelo bloqueio do sangue no fígado (provocada pela cicatrização que ocorre com a cirrose). Quando as varizes se rompem, o paciente pode apresentar vômitos com sangue ou fezes enegrecidas por "sangue digerido".
Como é possível saber se uma pessoa tem o vírus da hepatite C?
Para saber se uma pessoa está ou não contaminada com o vírus da hepatite C é necessária uma realização de exames de sangue específicos que detectam o vírus ou anticorpos que o organismo produz contra eles.
Os anticorpos são detectados a partir de três meses depois do contágio. Todos os resultados dos exames são avaliados e explicados pelo médico. Exames positivos devem ser repetidos e confirmados com testes especiais.
Quem deve fazer o teste da hepatite C?
  • Usuários ou ex-usuários de drogas injetáveis. Pessoas que inalam cocaína também correm risco, por compartilhar o canudo pelo qual passa a droga;
  • pessoas que receberam transfusões de sangue, derivados de sangue ou transplantes de órgãos antes de 1992;
  • pessoas que fazem ou fizeram hemodiálise;
  • pessoas com múltiplos parceiros sexuais;
  • pessoas que se ferem com agulhas ou materiais perfurantes contaminados, como piercings, tatuagens ou agulhas de injeção;
  • pessoas com doenças do fígado durante investigação diagnóstica;
  • filhos de mães contaminadas com o vírus da hepatite C.
Existe tratamento disponível para hepatite C?
Sim. Nos últimos anos, têm-se estudado a doença e formas para controlá-la. Os principais medicamentos disponíveis são o interferon e a ribavirina, com maior eficácia quando usados simultaneamente. Se recomendados, devem ser mantidos por períodos prolongados.
Podem provocar efeitos colaterais, como gripe (cansaço, dor de cabeça, dor muscular, febre), depressão ou ansiedade, anemia e sintomas gastrintestinais.
Em muitos casos nos quais a doença está em fase avançada, pode ser necessário transplante de fígado. Mesmo após a retirada do fígado doente, o vírus pode provocar infecção no órgão transplantado, porque o vírus pode estar em outros órgãos. É preciso considerar que, apesar da doença poder voltar, grande parte dos pacientes transplantados tem boa evolução.
Como se pode evitar a infecção pelo vírus da hepatite C?
Ainda não há vacina para a prevenção contra o vírus da hepatite C. Deve-se evitar, principalmente, as formas de contato com sangue contaminado como:
  • não compartilhar seringas e agulhas com drogas injetáveis ou instrumentos (como canudos para aspirar cocaína);
  • usar instrumentos esterilizados para fazer tatuagens ou perfurações no corpo, como piercings;
  • usar camisinha nas relações sexuais.
Como parte da legislação atual, as transfusões e derivados de sangue são sempre testados.
O que deve ser feito pelas pessoas que sabem que estão contaminadas com o vírus da hepatite C?
A informação é a melhor arma contra qualquer doença. Deve-se procurar um médico para avaliar adequadamente a situação e solicitar exames específicos.
Como a hepatite C atinge principalmente o fígado, é importante evitar substâncias como as bebidas alcoólicas e doenças que também prejudicam o fígado. Para isso, é necessário tomar vacinas contra a hepatite A e hepatite B.
Pessoas que têm hepatite C devem saber que, mesmo sem sintomas, podem transmitir o vírus. Portanto, não compartilhar agulhas, lâminas de barbear, escovas de dente, navalhas, além de não doarem sangue, órgãos ou sêmen, são medidas de combate ao vírus da hepatite C.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mãe se prepara para doação inédita de útero para filha sem órgão reprodutivo

Após experiências em animais, cientistas suecos realizam testes com mãe e filha para o
primeiro transplante do tipo no mundo
 Uma empresária de 56 anos que vive na Grã-Bretanha se prepara para ser a primeira
mãe no mundo a doar o útero para sua própria filha.
Eva Ottosson, de 56 anos, e sua filha, Sara, participam de uma série de exames médicos e psicológicos junto a uma equipe de cientistas da Universidade de Gotenburgo, na Suécia.
Os exames determinarão se elas poderão participar do primeiro transplante de útero realizado
em humanos pelos pesquisadores, que deverá acontecer em 2012.
Sara, de 25 anos, é portadora da Síndrome de Mayer Rokitansky Kuster Hauser, que fez com
que ela nascesse sem o útero e parte da vagina. Ela pretende tentar a fertilização in vitro para engravidar com o útero da mãe, caso o transplante seja bem sucedido.
'Decidimos tentar o procedimento porque é a única maneira de minha filha conseguir ter um
filho seu, a não ser que ela decida pela barriga de aluguel', disse Ottosson à BBC.
Se o procedimento funcionar, Sara pretende tentar a fertilização in vitro com o esperma de
seu namorado.
Os óvulos fertilizados serão implantados no útero onde ela mesma foi gerada.
'Ela estava disposta a tentar a adoção mas, quando essa oportunidade apareceu, ela quis tentar. Mas se não funcionar ela ainda irá adotar', afirmou a mãe.

domingo, 15 de maio de 2011

Morre menino que recebeu transplante de coração

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Morre menino que recebeu transplante de coração no Rio


RIO - Quase um mês depois de ser submetido a uma cirurgia de transplante de coração, morreu o menino Patrick Hora Alves, de 10 anos. A cirurgia foi realizada no dia 15 de abril, mas o menino permanecia internado. De acordo com a assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), em Laranjeiras, Patrick morreu às 19h40m de falência múltipla dos órgãos, decorrente de uma infecção provocada por uma pneumonia.

O boletim médico divulgado na tarde desta terça informava que Patrick estava com pneumonia, e não respondia bem ao tratamento. Ainda de acordo com o hospital, Patrick necessitava de suporte respiratório e renal, e estava em estado crítico.

O menino tinha uma miocardia restritiva, doença que leva o coração a perder suas funções, e foi o primeiro a receber no Brasil um coração artificial, implantado no dia 23 de março. Desde 2009 a família sabia que o menino ia precisar de um transplante, mas acreditava que só seria necessário na adolescência.

O coração transplantado em Patrick é de uma mulher de 37 anos, que morava em Volta Redonda. Apesar da idade, a doadora pesava 50 kg e tinha o mesmo tipo sanguíneo de Patrick

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Imagens de um transplante de coração

Rejeição do transplante

Nomes alternativos:

rejeição de enxerto, rejeição de tecido/órgão

Definição:

Uma conseqüência do transplante de órgão ou tecido, causada por uma resposta imune que lesa ou destrói o órgão/tecido transplantado. Veja também doença do enxerto versus hospedeiro.

Causas, incidência e fatores de risco:

A resposta imune protege o corpo contra substâncias potencialmente nocivas ("antígenos"), como microorganismos, toxinas e células cancerosas. O sistema imune distingue "o que é próprio" do "que é estranho" e reage contra substâncias que considera como "estranhas". A presença de sangue ou tecido estranho no corpo desencadeia uma resposta imune que resulta em reações à transfusão de sangue e rejeição de transplante.

O sangue e os tecidos contêm proteínas identificadoras na superfície que auxiliam a distinguir os tecidos "próprios" dos tecidos "estranhos". Essas proteínas podem agir como antígenos que desencadeiam a resposta imune, formando anticorpos contra os antígenos estranh
os. O tecido é "tipado" de acordo com os antígenos que ele contém (antígenos de histocompatibilidade).

Com exceção de gêmeos idênticos, duas pessoas não têm antígenos teciduais idênticos. Por essa razão, o transplante de órgãos e de tecidos quase sempre causa uma resposta imune contra o tecido estranho (rejeição), o que resulta em destruição do transplante. A "tipagem do tecido" assegura que o órgão ou tecido sejam, tanto quanto possível, semelhantes aos tecidos do receptor. Esse procedimento é realizado porque uma diferença maior de antígenos causa uma rejeição mais rápida e mais grave.


Existem, porém, algumas exceções. Os transplantes de córnea raramente são rejeitados, porque a córnea não tem suprimento sangüíneo, de modo que os linfócitos e anticorpos não chegam até ela e, conseqüentemente, não ocorre rejeição. Os gêmeos idênticos possuem antígenos teciduais idênticos, de modo que o transplante entre gêmeos idênticos quase nunca resulta em rejeição.

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS DE ANENCÉFALOS

É licita a retirada de órgãos e tecidos de crianças anencéfalas para transplantes após seu nascimento a termo?
Mesmo que haja o comovente gesto do consentimento materno da criança que vai nascer com esta alteração, é discutível a legalidade e a eticidade daquela conduta, principalmente se levarmos em conta os critérios adotados para o conceito de morte.
Os defensores da utilização de órgãos dos bebês anencéfalos, após o nascimento, admitem não ser necessário esperar a morte do tronco cerebral e a cessação da vida vegetativa autônoma, pois as crianças sem cérebro já foram consideradas cientificamente sem vida e incapazes de existir por si só, quando das sentenças repetidas dos magistrados ao se pronunciarem autorizando o aborto. Muitos chegam até a considerar o anencéfalo como uma criança morta.
Por outro lado, existem, mesmo entre os neurologistas, aqueles que asseguram haver atividade do tronco cerebral nos anencéfalos, os quais sobrevivem por algum tempo mantendo a respiração, os movimentos e a sugação.
A situação torna-se menos delicada quando se sabe que essas crianças, ainda que assegurada uma certa assistência, não apresentam condições para sobreviver por tempo razoável.
Diz-se que a retirada de órgãos de um recém nascido anencéfalo é uma questão que já está contemplada na nossa legislação. No entanto, não podemos esquecer que a norma alusiva à utilização de órgãos e tecidos humanos para transplantes faz referência à morte encefálica, traduzida pelos critérios adotados pelo Conselho Federal de Medicina.
Todo problema está aí. Saber se as condições neurofisiológicas de uma criança que nasce sem parte do cérebro são as mesmas dos critérios apontados pela Resolução do CFM, a qual é clara no que diz respeito á morte ou à falência absoluta e irreversível do tronco cerebral.
Um conceito de morte, sob o ponto de vista biológico, deve estar fundamentado num fato que tenha uma linha divisória irreversível e precisa, marcada por parâmetros semiológicos e técnicos, onde fique bem claro se um indivíduo está vivo ou morto, tudo isso sem qualquer abstração de ordem metafísica.
Diagnosticar a morte não é apenas comprovar a morte de um órgão, mesmo sendo ele importante para a vida. É muito mais comprovar a ausência de funções vitais que evidenciar danos estruturais ou orgânicos.
Alguns princípios tornam-se muito delicados a partir do momento em que tratamos das exceções, transformando-as em "casos especiais" e criando para cada uma delas regras casuística, tão-só para resolver interesses imediatos.
Os anencéfalos nascidos vivos, ainda que tendo uma atividade cerebral muito reduzida, apresentam manifestações de vida organizada e, por isso, dentro dos critérios atuais, seria difícil considerá-los em morte encefálica. Esta, por sua vez, não é um tipo ou uma condição especial de morte, mas um estado definitivo de morte.
E mais. Com certeza, quando essas crianças nascerem serão transferidas para as unidades de cuidados intensivos, submetidas à ventilação eletiva como potenciais doadoras de órgãos, até se encontrar um receptor ideal, nos moldes de verdadeiros armarinhos de estruturas humanas.
Enfim, resta saber se é possível reformular os critérios atuais da definição de morte, considerando-a como a perda irreversível das funções cerebrais superiores, sem levar em conta as funções do tronco cerebral. Isto, no entanto, não deixa de ser temerário - mudar em sentido permissivo, apenas para atender situações limitadas e esporádicas na utilização de estruturas humanas para transplantes. Ou entender que a retirada de órgãos de anencéfalos já acata as recomendações hoje adotadas no protocolo de morte encefálica de recém-nascidos. Ou, finalmente, se tais procedimentos estão ultrapassando os limites tolerados pela ética e pela lei. Dizer, no entanto, que o anencéfalo está mais ou menos morto, é um argumento no mínimo duvidoso.

Doação presumida de orgãos

A polêmica da doação presumida 
     A regra estabelecida pela Lei 9.434, que entrou em vigor no início de 1998, tem tudo para gerar grande polêmica, ao impor a doação presumida, ou seja considerar doador de seus órgãos todo aquele que não tiver feito registrar em documento público de identidade o seu desejo de não ser doador. 
     Esta regra vem contra o conceito anterior, de muito maior aceitação, que é o da doação voluntária, que ocorria em função de manifestação anterior da vontade do paciente em ser doador, ou mediante expressa autorização da família. 
     Para que o transplante de órgãos como coração, pulmão e fígado possam ser feitos com sucesso o órgão deve ser retirado do doador ainda com o coração do doador batendo e devem ser implantados em prazos bem curtos, variáveis para cada órgão. 
     Estas circunstâncias definem o perfil típico do doador como o paciente que sofreu parada total e irreversível da atividade encefálica, em virtude de causa conhecida, e devidamente caracterizada, nos termos das leis e resoluções em vigor, como "morte cerebral".   
     Esta é uma definição técnica, que mesmo entre os médicos suscita controvérsias, e mesmo a dúvida de que os testes para aferição da morte cerebral possam por si vir a causá-la ou apressá-la, como defende o Dr Cícero Galli Coimbra, chefe de Neurologia Experimental da Escola Paulista de Medicina, em carta à imprensa e artigo técnico. Vale ainda o alerta de que o SUS estará remunerando os hospitais pelos órgãos captados, aumentando as dúvidas e controvérsias em torno destes procedimentos. 
     Os tempos muito curtos para a decisão do transplante, e a situação limite do paciente com morte cerebral, tornam extremamente delicada a questão da autorização para a doação, com o que sentiu-se o legislador tentado a atualizar a regra geral aplicável nestes casos, mas o fez de maneira insatisfatória. 
     Existem há tempos diversos movimentos de divulgação da necessidade das doações, e do drama das enormes filas de candidatos a transplantes que dependem destas doações para sua cura ou mesmo para continuarem vivendo. O sentido de todos estes movimentos tem sido o de informar a população e despertar a doação voluntária.  
     Estes movimentos tem sido muito bem sucedidos em criar o esclarecimento necessário e um clima positivo com relaçao às doações, embora ainda tenhamos estatísticas de doações inferiores às necessidades. 
     Tomando por base o transplante de rins, que é amplamente praticado em nosso país, em 1996 foram realizados 1500 transplantes, mas havia 10.000 pacientes na fila por um doador de rim. 
     Pode-se dizer que, em tese, existe hoje uma boa aceitação da doação. É até frequente a divulgação pela mídia de massas de casos bem sucedidos e da satisfação da família do doador em ter de certa forma uma alegria em saber ter uma parte de seu ente querido ainda viva.  Chega mesmo, em alguns casos, a haver o encontro de um novo amigo na pessoa de quem recebeu o orgão doado, embora a regra geral seja não ser identificado o receptor para a família do doador. Esta identificação só é feita com autorização do receptor. 
     A nova Lei acaba por criar um clima ruim de conflito e disputa, indo contra toda uma tradição cultural ao impor como obrigação civil algo que quase todos entendemos como uma opção generosa. 
    Não entendemos como positiva esta verdadeira  "desapropriação" do corpo determinada pela Lei 9.434. 
     Conforme o material de referência do Prof José Roberto Goldim da UFRGS, que indicamos a seguir na seção Conheça Melhor a Questão, a situação em outros países é a seguinte: 
  • Na Áustria, Dinamarca, Polônia, Suíça e França, todo cidadão é por definição doador de órgãos.
  • O modêlo brasileiro de doação presumida com opção do cidadão registrar sua vontade de não ser doador é adotado também na Finlândia, Grécia, Itália, Noruega, Espanha e Suécia.
  • Nos Estados Unidos e diversos outros países prevalece a doação voluntária.
     Nos USA, o doador expressa a sua vontade de doar assinando um cartão de doador. Mesmo neste caso porém, a equipe médica irá pedir ainda a autorização dos familiares.       Vai contra a nossa tradição social e de ética médica querer fazer valer a doação mesmo contra a vontade da família do potencial doador, como prevê a nova Lei em vigor. E jogar sobre os médicos a responsabilidade (e os riscos) de realizar a retirada de órgãos contra a vontade da família. 
    Apesar de sancionada em 4 de fevereiro de 1997, a Lei 9.434 somente entrou em vigor em janeiro/98 depois de regulamentada pelo decreto 2.268 de 30 de junho de 1997. 
  
    Como costuma acontecer nestes casos, somente agora que a Lei entra em vigor começa a reação às suas determinações. Mais uma vez perdeu-se um tempo valioso, precedente à sua vigência para uma maior discussão pela sua revisão. É como se somente a sua aplicação concreta pudesse despertar a consciência de sua inadequação. O assunto agora ganha a manchete dos jornais e espaço na TV. 
    Anuncia-se a oposição do Conselho Federal de Medicina, insatisfeito com o conflito entre a regra legal e a tradição da ética médica, e visando preservar a indispensável confiança entre o médico,  o paciente e sua família. Jurídicamente deve ser arguida a inconstitucionalidade da Lei 9.434. 
    Anuncia-se também que alguns defensores das doações ameaçam com medidas legais os médicos que deixarem de efetuar a retirada de orgãos por recusa da família do paciente, ameaça esta que compromete todo o clima positivo indispensável à que a população motive-se a aceitar a doação. 
    Entendemos que independentemente de sermos ao não favoráveis à doação, ou pessoalmente querermos ser doadores ou não, a Lei 9.434 deve ser mudada, preservando o caracter voluntário da doação, para que se reconheça que este ato sublime em toda a sua grandeza e não apenas como o mero cumprimento de uma fria obrigação legal. 
    Nas referências a seguir você poderá melhor se informar sobre os aspectos humanitários, médicos e legais desta questão, e formar uma opinião com relação ao tema. Ao final do trabalho apresentamos nossa sugestão para revisão da Lei 9.434, substituindo a doação presumida pela doação consentida. 
 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

PROGAMAS E CAMPANHAS

Doação de órgãos
09/12/2009 05:55 - Portal Brasil
O número de doadores de órgãos no Brasil cresce cada dia e, com ele, o índice de transplantes realizados no país. Atualmente, o programa público nacional de transplantes de órgãos e tecidos é um dos maiores do mundo. Para ser doador, não é necessário deixar documento por escrito. Cabe aos familiares autorizar a retirada, após a constatação da morte encefálica. Neste quadro, não há mais funções vitais e a parada cardíaca é inevitável.
Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral não pode respirar sem ajuda de aparelhos. O processo de retirada dos órgãos pode ser acompanhado por um médico de confiança da família. É fundamental que os órgãos sejam aproveitados enquanto há circulação sangüínea para irrigá-los. Mas se o coração parar, somente as córneas poderão ser aproveitadas.
Quando um doador efetivo é reconhecido, as centrais de transplantes das secretarias estaduais de saúde são comunicadas. Apenas elas têm acesso aos cadastros técnicos de pessoas que estão na fila. Além da ordem da lista, a escolha do receptor será definida pelos exames de compatibilidade com o doador. Por isso, nem sempre o primeiro da fila é o próximo a ser beneficiado. As centrais controlam todo o processo, coibindo o comércio ilegal de órgãos.
Divulgação/Ministério da Saúde Doação de órgãos
  • Campanha de incentivo à doação de órgãos
  • Ampliar Ampliar
Para ser doador é preciso:
• Ter identificação e registro hospitalar;
• Ter a causa do coma estabelecida e conhecida;
• Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central;
• Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e de transplante;
• Submeter o paciente a exame complementar que demonstre morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sangüíneo em quantidade necessária no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral;
• Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas.
Observação: Após diagnosticada a morte encefálica, o médico do paciente, da Unidade de Terapia Intensiva ou da equipe de captação de órgãos deve informar de forma clara e objetiva que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante.


Quais órgãos podem ser doados?

• Córneas (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias);
• Coração (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo seis horas);
• Pulmão (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por no máximo seis horas);
• Rins (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas);
• Fígado (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
• Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
• Ossos (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos);
• Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
• Pele;
• Valvas Cardíacas

Doadores vivos

A doação de órgãos também pode ser feita em vida para algum membro da família ou amigo, após avaliação clínica da pessoa. Nesse caso, a compatibilidade sangüínea é primordial e não pode haver qualquer risco para o doador. Os órgãos que podem ser retirados em vida são rim, pâncreas, medula óssea, parte do fígado e parte do pulmão.
Para doar é necessário:
• Ser um cidadão juridicamente capaz;
• Estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
• Apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que afaste a possibilidade de existir doenças que comprometam a saúde durante e após a doação;
• Querer doar um órgão ou tecido que seja duplo, como o rim, e não impeça o organismo do doador continuar funcionando;
• Ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante
• Ser parente de até quarto grau ou cônjuge. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.

Quem não pode doar?

• Pacientes portadores de insuficiência orgânica que comprometa o funcionamento dos órgãos e tecidos doados, como insuficiência renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática e medular;
• Portadores de doenças contagiosas transmissíveis por transplante, como soropositivos para HIV, doença de Chagas, hepatite B e C, além de todas as demais contra-indicações utilizadas para a doação de sangue e