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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Doação de órgãos no Brasil cai e vai na contramão de vizinhos
Da redação, em São Paulo
Enquanto quase todos os países da América Latina registram aumento do porcentual da população doadora de órgãos e tecidos, o Brasil vem sofrendo quedas progressivas já há três anos. Segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o País teve no primeiro semestre de 2007 uma média de doadores de 5,4 por milhão da população, menos do que o apontado no período em 2004 (7,6), 2005 (6,4) e 2006 (5,8), mas seguindo a tendência de redução.

No mesmo período, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Uruguai saltou de 19,2 para 25,2 doadores por milhão, por exemplo, enquanto a Argentina, embora ainda com números mais modestos, atingiu índice de 11,9.

Para reverter o quadro, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), órgão ligado ao Ministério da Saúde responsável pela política de doação e transplante no país, anunciou no último mês que vai apostar na criação de equipes especiais treinadas para fazer a busca ativa por órgãos. Na prática, isso significa instalar nos hospitais um grupo especializado para identificar potenciais doadores, fazer o diagnóstico de morte cerebral, conseguir autorização dos familiares para a doação, retirar os órgãos e conservá-los para a realização dos transplantes.

O modelo fez da Espanha o país com os melhores índices mundiais na captação de transplantes de órgãos e é apontado como o responsável pelo avanço nos números dos países latino-americanos.

"A única coisa que faltava no Brasil era essa busca ativa com equipes mais bem qualificadas. Esse é o trabalho que estamos realizando", afirma o coordenador do SNT, Abrahão Salomão Filho, que faz questão de ressaltar que, apesar da redução, o país é um dos três maiores do mundo em números absolutos de transplantes realizados.

Embora em vários Estados e hospitais já fossem realizadas essas buscas ativas, o trabalho nem sempre era feito com qualidade. "Na Bahia, por exemplo, era uma catástrofe. Em Santa Catarina temos índices ótimos, pois se investiu nisso. Não há razão para não dar certo", completa Salomão Filho.

Dificuldades médicas
Para o presidente da ONG Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote), Francisco Neto de Assis, a maior dificuldade para a reversão do quadro de queda nas doações está justamente na conscientização e capacitação da classe médica. "Muito hospital tem grupo de busca de órgão, mas é só formalidade, não funciona na prática. Os médicos não são pagos para fazer isso e por vezes nem sabem como fazer essa abordagem da família para conseguir autorização", afirma Assis.

A falta desse trabalho faz com que 50% do órgãos que poderiam ser aproveitados para doação sejam perdidos, uma parte devido à não autorização da doação por parte das famílias. "Mas, ao menos, não vem aumentando essa rejeição",

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